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A história de Wellington Vitorino: De São Gonçalo à Boston

O empreendedor foi aprovado para Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 05 de maio de 2021 - 19:24
Uma trajetória marcada com muitas conquistas, força de vontade e esforço, Wellington descobriu que queria seguir o caminho na área de finanças.
Uma trajetória marcada com muitas conquistas, força de vontade e esforço, Wellington descobriu que queria seguir o caminho na área de finanças. -

Por Carol Pina *

Com um sonho de alcançar seu espaço no mercado, Wellington Vitorino, de 26 anos, foi de ambulante à um grande empreendedor. Ele contou ao jornal O São Gonçalo a história por trás do sucesso, mostrando sua luta e persistência rumo aos seus objetivos. Com aprovações em todas as universidades públicas do estado, conquistando a melhor nota de redação do Enem e, mais recentemente, conseguiu passar para o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos.

Morador de São Gonçalo e filho de um padeiro e de auxiliar de dentista, trabalhou desde muito jovem, e com a ajuda de sua família, descobriu o real valor do trabalho e da educação. Aos 8 anos teve sua primeira experiência junto de seu pai e seu irmão mais velho vendendo água e refrigerante em um carnaval em Saquarema, Região dos Lagos, e desde então, descobriu o que realmente gostava de fazer.

“E depois da minha primeira experiência comecei a vender bolinha de gude na porta de casa, sacolé, picolé, e também fazíamos a coleta seletiva no meu bairro e recolhíamos com os vizinhos. Todo o dinheiro ia para uma caixinha, que no final do mês era dividido entre mim e meu irmão”, relembra. Wellington ressalta que o pequeno gesto de sua mãe ao fazê-los guardar o dinheiro, dividi-lo e depois reinvestir comprando mais mercadorias, foi de grande importância para a sua educação financeira.

Aos 12 anos, Wellington mudou completamente quando decidiu vender picolé no 7° BPM (São Gonçalo), em um acordo com os coronéis de que ao fim de cada bimestre mostraria seu boletim escolar. “No batalhão (7° BPM) eu aprendi sobre pensar de maneira mais estratégica, a ter planos para a minha vida. Como eu tinha que mostrar o meu boletim para o coronel, aprendi a assumir ompromissos e a responsabilidade com pessoas que não eram da minha família”, diz.

Passou por algumas escolas da região, como no antigo Colégio Trindade, no bairro da Trindade, e logo depois, no Colégio Dr. Adino Xavier, no Mutondo, e mais tardar, no Colégio NATA, no Colubandê. Wellington dividia seu tempo entre os estudos, trabalhando na padaria de seu pai, e ainda seguindo com a venda de picolés. “Com o dinheiro que eu ganhava dos picolés, eu comecei a montar uma estrutura, uma pequena fábrica de doces. Comecei a fornecê-los para uma cantina de uma igreja, e com um ano e meio, comecei a vender para muitos lugares. Eu tinha de 22 à 23 pontos de vendas”, revela o empreendedor.

Wellington conta ao jornal que ao conseguir uma bolsa através dos militares, de 50%, para estudar no Externato Alfredo Backer, em Alcântara, analisou que precisava encontrar um trabalho, além das vendas de picolé, visto que os gastos com os livros escolares, entre outras necessidades, como a passagem de ônibus e lanche, iriam sair caros. Foi então que conseguiu uma vaga em uma padaria da região conhecida como a do ‘Seu Jairo’, na Trindade, onde aprendeu muito sobre vendas. “(Nesse período) Foi bom para a minha formação. Na minha primeira semana no Seu Jairo eu aprendi que ele era muito diferente vendendo. Então, muito do que eu aprendi com venda, não foi só no batalhão vendendo picolé, porque o Seu Jairo tinha uma premissa de que todo o cliente que entrava na loja tinha que comprar alguma coisa”, conta.

Com trajetória marcada por muitas conquistas, força de vontade e esforço, Wellington descobriu que queria seguir o caminho na área de finanças. Há 5 anos, construiu um projeto sem fins lucrativos que prepara líderes e empreendedores assim como ele, tornando-se o maior programa de formação de liderança do país.

Com a mais nova conquista ao passar para o MIT, Wellington que atualmente mora em São Paulo, irá se mudar para Boston, nos EUA, a partir do mês de agosto. “Eu tentei no ano passado, mas não fui aprovado para a entrevista. E nesse ano eu tentei de novo. E graças a Deus, deu certo. Eu vou vir ao Brasil várias vezes, mas a partir de agosto, são dois anos lá, no programa de MBA, que te dá o título de mestrado em negócios”, diz Wellington.

O empreendedor chega a contar que pensa futuramente em cargos políticos e quiçá um dia chegar à presidência. “Uma das coisas que mais me motiva, sem sombra de dúvidas, é saber que eu realmente posso fazer uma diferença grandiosa nesse Brasil. Eu tinha uma noção de como essa conquista para o Brasil seria importante, sabe. Primeiro negro a ser aprovado pelo MIT, então tem uma motivação para além do Wellington”, diz o empreendedor referente a sua mais recente conquista em uma das universidades mais famosas do mundo.

Wellington Vitorino é uma inspiração para muitas pessoas que almejam o sucesso na carreira financeira. Uma história de um gonçalense que saiu de um município humilde para estudar fora do país em uma universidade muito prestigiada. Aos jovens de São Gonçalo, o empreendedor deixa um recado e uma lição valiosa para o futuro. “Primeiro ponto técnico: valorize muito a educação. Humanamente, valorize muito as pessoas que gostam de você de forma verdadeira. E pense muito bem sobre as pessoas com quem você vai andar. E busque sonhar e correr atrás, porque esse é o único caminho. O trabalho vai ajudar vocês a crescerem, mas o que vai multiplicar suas possibilidades é por meio da educação”, finaliza. 

*Estagiária sob supervisão de Sérgio Soares

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