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ELEIÇÕES 2022

Lideranças sul-americanas pedem que Ciro desista por Lula

De ganhador do Prêmio Nobel da Paz a ex-presidentes, líderes da esquerda latino-americana divulgaram carta aberta pedindo que Ciro Gomes (PDT) retire sua candidatura e declare apoio ao ex-presidente Lula.

Imagem ilustrativa da notícia Lideranças sul-americanas pedem que Ciro desista por Lula camera Carta que pede que Ciro apoie Lula no 1º turno segue recebendo assinaturas. | (Foto: Divulgação/Ascom PDT)

Contando com a assinatura de intelectuais, ex-presidentes, cientistas políticos, jornalistas e professores, como Adolfo Perez Esquivel, argentino vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1980, um grupo de líderes da esquerda latino-americana divulgou, na última terça-feira (20), uma carta aberta a Ciro Gomes (PDT).

Os signatários do documento, entre os quais estão ainda Rafael Correa, ex-presidente do Equador. Bolívia, Chile, Colômbia, Guatemala, México, Paraguai, Peru, Porto Rico e Venezuela, pedem que o candidado pedetista “repare o seu erro” e, já no 1º turno das eleições, marcado para o dia 2 de outbro, declare apoio à candidatura do ex-presidente Lula (PT). O principal argumento da carta, segundo seus idealizadores, é a necessidade urgente de derrotar o fascismo no Brasil.

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“Sabemos que você foi um lutador pelas boas causas do povo brasileiro ao longo de sua vida. É por isso a perplexidade que nos leva a escrever-lhe esta carta e que nos move a enviar-lhe esta mensagem fraterna, porque é incompreensível para nós, na atual situação brasileira, sua insistência em apresentar sua candidatura presidencial para o primeiro turno das eleições presidenciais eleições no Brasil”, ressalta a carta aberta.

Em outro trecho, o texto insiste que a estas eleições não são apenas uma disputa política entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula, “mas entre fascismo e democracia”. Portanto, segundo essa linha de pensamento, a insistência de Ciro na corrida presidencial não passaria de um capricho pessoalm cujo único resultado possível será “dispersar forças”, principalmente entre aqueles que rejeitam a reeleição do atual chefe do Executivo.

Confira a íntegra da carta:

“Caro companheiro Ciro Gomes:

Os abaixo assinados são militantes da esquerda latino-americana, profundamente antiimperialistas e comprometidos com a emancipação de nossos povos e a criação da Grande Pátria. Somos também pessoas que amam e admiram o Brasil e seu povo; à cultura primorosa daquele país: sua música, sua literatura, suas pinturas, sua gastronomia, suas diversas manifestações artísticas e também a longa luta de seu povo para ter acesso a uma vida mais plena, espiritual e materialmente.

Sabemos que você foi um lutador pelas boas causas do povo brasileiro ao longo de sua vida. É por isso a perplexidade que nos leva a escrever-lhe esta carta e que nos move a enviar-lhe esta mensagem fraterna porque é incompreensível para nós, na atual situação brasileira, sua insistência em apresentar sua candidatura presidencial para o primeiro turno das eleições presidenciais eleições no Brasil, neste 2 de outubro, que sem o menor exagero pode ser considerado um ponto de virada histórico. Por quê? Porque a escolha fundamental não será entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio “Lula” da Silva, mas entre fascismo e democracia. E você, um homem político, inteligente e com larga experiência atrás de você, sabe muito bem que sua candidatura não tem absolutamente nenhuma chance de chegar às urnas, muito menos vencer no primeiro turno. A dura realidade é que, mantendo sua candidatura, caro camarada Ciro, a única coisa que você fará é dispersar forças, enfraquecer a força do bloco antifascista, com todas as suas contradições, facilitar a vitória de Bolsonaro e, eventualmente, abrir caminho para um novo golpe. Apesar de sua boa vontade, infelizmente você não está em condições de fazer nenhum bem, nenhum bem, e está em condições de causar grandes danos ao Brasil e ao seu povo. Você não será capaz de fazer o bem apesar de suas intenções porque suas chances de ganhar são zero. Ao enfraquecer a candidatura unitária de Lula, ao dispersar as forças do bloco que se opõe ao fascismo, o que você fará objetivamente (além de suas intenções, que não duvidamos são boas) será pavimentar o caminho para a perpetuação de Bolsonaro no poder.

Parece-nos que por causa de sua carreira você não deve entrar na história do Brasil por aquela porta indigna, como a de um homem que, tendo lutado pelas boas causas de seu povo e alcançado importantes resultados, em uma instância crítica e decisiva para seu país comete um erro e abre as portas para um processo que semeia morte e destruição em seu país e que, sem dúvida, também o terá como uma de suas vítimas. Não se pode ignorar a natureza perversa do atual presidente do Brasil. Suas palavras e promessas, mesmo aquelas que ele possa ter feito a você, são completamente inúteis. Bolsonaro é um personagem imoral, um fanático alucinado sem princípios morais que deixou mais de 700.000 brasileiros e brasileiras morrerem sem fazer o menor esforço para salvá-los. Ele também é um traidor em série, comparável apenas aos piores personagens de Shakespeare. E ele não hesitará por um momento em traí-lo assim que for conveniente para ele.

Ainda há tempo de reparar seu erro, companheiro Ciro. Dirija-se aos seus apoiadores agora e diga-lhes que a urgência da luta contra o fascismo não lhes deixa outra escolha a não ser apoiar a candidatura presidencial de Lula. Peça-lhes aquele voto, crucial para derrotar no primeiro turno o capitão (assim, com letras minúsculas) e seus esquadrões armados; crucial também para impedir a perpetuação no poder de um homem que exaltava a figura do canalha que torturou Dilma Rousseff. Você, por causa de sua história e de suas ideias, tem que fazer o impossível para impedir que uma figura tão monstruosa fique mais um dia no Palácio do Planalto. Além disso, devido à sua idade, não temos dúvidas de que ele continuará sendo uma figura de destaque na política brasileira. Que não é a vez dele, que as circunstâncias o obrigam a esperar. Não se esqueça que a paciência é um dos traços que definem os grandes líderes políticos.

Nada mais por enquanto. Esperamos que você aprecie o senso de solidariedade nesta mensagem. Receba um abraço fraterno de seus companheiros lutadores de toda a América Latina e Caribe.

Primeiras adesões

Adolfo Perez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz, Argentina

Rafael Correa, ex-presidente do Equador

Stella Calloni, jornalista, Argentina

Raul Zaffaroni, ex-juiz da Suprema Corte, Argentina

Atílio Boron, cientista político, Argentina

Piedad Córdoba, Senador, Colômbia

Amado Boudou, ex-vice-presidente da Argentina

Gabriela Rivadeneira, ex-presidente da Assembleia Nacional, Equador

Ferdinand Good Abbot, filósofo, México

Ignacio Ramonet, jornalista, França/Espanha

Ernesto Villegas, República Bolivariana da Venezuela

Hugo Moldiz, ex-ministro, Bolívia

Jaime Lorca, Fundação Memória e Futuro, Chile

Xavier Lasso, jornalista, Equador

Katu Arkonada, País Basco/Bolívia

Jorge Lara Castro, ex-chanceler do Paraguai

Hernando Calvo Ospina, cineasta, Colômbia

Esteban Silva, professor universitário, Chile

Maria Seoane, jornalista, Argentina

Mempo Giardinelli, escritor, Argentina

Juan Eduardo Romero, deputado do PSUV, Assembleia Nacional, Venezuela

Alicia Entel, professora universitária, Argentina

Gilberto Lopez e Rivas, antropólogo, México

Daniel Jadue, prefeito de Recoleta, Chile

Telma Luzzani, jornalista, Argentina

Florence Saintout, presidente, Instituto Cultural da Província de Buenos Aires, Argentina

Ramon Grossfogel, professor universitário, Porto Rico

Mario Giorgi, Rádio UNDAV, Argentina

Claudia V. Rocca, Filial Argentina da American Bar Association

Maria Fernanda Barretto, escritora colombo-venezuelana

Daniel de Santis, professor universitário, Argentina

Jose Seoane, professor universitário, Argentina

Paola Gallo Pelaez, co-presidente da MOPASSOL, Argentina

Jorge Singer, Argentina

Rodolfo Hamawi, professor universitário, Argentina

Emilio Taddei, professor universitário, Argentina

Julius Ferrer, jornalista, Argentina

Juan Ramon Quintana Taborga, ex-ministro, Bolívia

Andrea V. Vlahusic, Co-Presidente da MOPASSOL, Argentina

Hector Bernard, jornalista, Argentina

Maria Fernanda de la Quintana, jornalista, Argentina

Jorge Elbaum, professor universitário, Argentina

Carlos Lopez Lopez, Parlamentar do Mercosul

Ana Maria Ramb, escritora, Argentina

Pamela Dávila, jornalista, Equador

Rafael Urrejola Ditborn, jornalista, Chile

Paula Klachko, Professora Universitária, Coord. REDH/Cap. Argentino

Henrique Morales, Coord. Movimento Pop Tzuk Kim, Guatemala

Manuel Santos Iñurrieta, dramaturgo, Argentina

Charles Bedoya, Coord. Latinad, Peru

Alexia Massholder, professora universitária, Argentina

Claudio Katz, economista, Argentina

Marcelo Rodriguez, professor universitário, Argentina

Mário Alderete, Argentina

Graciela Josevich, AUNA Argentina”

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